Minha mãe não!
- Debora Biella
- 9 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
Essa é uma carta endereçada a minha mãe, ela que sempre disse que precisamos valorizar nossa mãe enquanto ela está viva. Quem nunca ouviu sua mãe dizer isso? Parece que está no roteiro do "ser mãe". Claro que essa é uma carta a minha mãe, mas poderia ser a todas pois elas parecem vir da mesma escola de formação de mães, as mesmas frases clichês, as mesmas broncas, as mesmas ordens e os mesmos lamentos. Nós filhos, sabemos todo o roteiro de cor, sabemos todas as reações que elas vão ter, se fizermos isso, ela vai dizer isso, se dissermos isso, ela fará aquilo, e em grande parte a gente só apronta com elas, quando falamos da nossa mãe para uma amigo, eles dizem o mesmo de suas mães, eu até poderia dizer que elas só mudam de endereço, mas não, felizmente não.
A minha mãe não, a minha é doce, engraçada, divertida, boa em tudo que faz, é boa dona de casa, é boa profissional, é boa tia, é boa funcionária, é boa madrinha, é boa vizinha, é boa mãe, agora vamos trocar "boa" por "especial", é assim que ela é, passe alguns momentos ao lado dela e você se apaixonará, converse algumas horas e você verá o quanto ela é uma fortaleza, peça uma receita e verá a generosidade dela em ensinar, peça um conselho, ali é uma fonte inesgotável de conselhos, de amor, de carinho e bondade, ela não é do tipo que julga, minha mãe não!
Ela vai querer estar contigo por onde você for, e se ela pudesse ela iria atrás com a mochilinha dela com todo o arsenal de coisas que ela sabe que nós vamos precisar no decorrer da vida, mas ela é tão sábia, que ela nos deixa caminhar, correr, pular e voar, porque ela sabe que se nós precisarmos de alguma ajuda nós vamos buscar na fonte, e ela estará lá para nos ajudar, ela saberá se precisamos de uma bronca, se precisaremos de um abraço, de um conselho, de um abraço, de amor, de compaixão ou mesmo de perdão, e ela vai fazer o necessário para que nós fiquemos bem, porque ela não julga, minha mãe não!
Ela só ama!
E talvez seja por isso que repita tantas vezes para que a valorizemos enquanto está aqui conosco, porque nós temos esse privilégio de correr pra ela, feito criança que se machuca, ela sabe que nós nunca estaremos prontos sem ela, ela sabe que enquanto ela está aqui ela deixará o caminho mais doce, mais leve, mais confortável, mais seguro, ela sofre por nós, ela segura o mundo por nós, mesmo querendo soltar nossas mãos, mas ela não solta completamente, é num telefonema no domingo, é numa mensagem de "bom dia" durante a semana, só pra saber se todos estão bem, é assim coadjuvante que ele ocupa o papel de destaque nas nossas vidas, tem mais delas em nós do que de nós nelas, somos fragmentos dela, somos ela e suas mães, nossas avós e bisavós, somos todos um elo de uma corrente de amor, que só é possível por que elas existem, a humanidade não existiria sem elas, e nem o amor, somos continuidade de amor infinito que passa de geração em geração.
Sou consciente do privilégio que é poder escrever isso a você mãe, de reconhecer todos os dias seu amor e poder dizer "amo você", sempre que posso, e saber que você pode ouvir e responder, que você está aqui, então essa carta não é só para você, mas também para a sua mãe, minha avó. Você se tornou a melhor versão que podia, sua família se orgulha de você, eu me orgulho de ter uma mãe que todos amam, todos os sobrinhos, afilhados, amigos, vizinhos, irmãos, e filhos. Obrigada pela oportunidade de me escolher,e me amar exatamente do jeitinho que é, de ter feito tudo do jeitinho que fez até hoje, obrigada por ser a mãe mais especial e que não se compara a nenhuma outra, felizmente a minha mãe não!
Com reconhecimento de amor e todos os afetos!
(Débora Biella)
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