Mulher versus a insegurança do machismo!
- Debora Biella
- 29 de abr. de 2020
- 3 min de leitura
Sabe quando que uma mulher pode se valorizar mais, olhar para si e ver a força que tem? Sabe quando a mulher pode ter atitude e ser altruísta, além de força e coragem ter voz? Quando ela começa a ver que o machismo estrutural é algo menor que sua vontade de ser, quando percebe que tem muito mais a contribuir para o mundo do que a fazem pensar que têm.
A mulher sempre foi diminuída, reduzida, subjulgada pelas suas capacidades intelectuais, a mulher sempre precisou brigar para ter um lugar de visibilidade, e sabe porque existe ainda a rivalidade feminina? Porque o machismo tatuado na sociedade, sempre jogou uma contra a outra, porque sempre brigaram por poder, quando uma mulher ganha espaço a única referência que ela tem é do masculino, a dificuldade de uma mulher conquistar seu espaço é tão grande, que na sua caminhada e jornada quando aparece outra mulher buscando seu espaço, de algum modo esse machismo a faz acreditar que a sua luta pode ter sido em vão, que ela pode perder o lugar para outra melhor, e novamente a sociedade a diminui, a faz se sentir menor e menos capacitada, e que quem vem depois tem melhores qualidades e atribuições, e isso é a grande mentira gravada na humanidade. A grande verdade é que a insegurança regente do machismo foi a grande bússola da história, foi assim que se estruturou o poder e machismo, machismo aqui não é voltado ao gênero masculino, é algo maior que isso, é a cultura do poder instaurada onde diminui todos aqueles que de alguma forma mostram ser mais intelectuais, mais dinâmicos, mais sagas, mais altruístas, mais e melhor do que tudo que se mostrou no decorrer da história, machismo pode vir tanto mulheres que defende este tipo de estrutura, quanto o feminismo pode vir de homens que entendem sobre separar gênero de poder, de pessoalidade, de personalidade e profissionalismo.
Existe sim uma grande cebola para ser descascada, a cada camada que tiramos nos deparamos com outra a ser retirada, quando alguém não concorda com ações, com ideias impostas, quando parâmetros como princípios e valores são quebrados sempre existirão pessoas insatisfeitas, pessoas que vão querer mudar a realidade, existem muitas dessas espalhadas pelo mundo sem voz, com o desejo guardado e sufocado dentro de si, porque a cada tentativa que teve para se expressar e mudar algo, muitas vezes não teve base, não teve força, não teve espelho, foi calada, foi novamente diminuída, como se sua voz e anseios fossem utópicos.
Quando uma mulher conversa com outra e expressa suas insatisfações ela se encontra, quando divide suas frustrações ela se vê na outra, quando expressa suas ideias vê que é algo tangível, possível, e começa a ganhar força, ganha força quando vem contra o machismo estrutural que se construiu a base de insegurança, quando mostra que todos tem seu lugar, que todos podem contribuir, que no mundo há lugar para todos, a mulher começa a desestruturar o machismo quando mostra que seus princípios são pautados em força, coragem, superação, ética e moral, sororidade, empatia e segurança, contrários dos pilares do machismo. A insegurança instalada também se dá porque evidencia o lado avesso das potencialidades feminina, quando alguém diminui a mulher por ela ser mãe, cuidar da casa e tudo isso que todos sabem, mas ainda assim ela continua sendo excelente profissional, multitarefas, multifacetas, fica difícil concorrer com ela, então em vez de deixar isso com holofotes, isso vira problema, mancham e ofuscam, mas problema mesmo é a insegurança de que vai ser muito difícil concorrer ou se igualar a uma mulher, até porque também é uma questão biológica!
Para que todas e todos sejam ouvidos é preciso acreditar muito mais em si, olhar para si, se admirar e não diminuir os pensamentos e ideias, poder criar algo inédito, é preciso muito mais esperança e acreditar que é possível concretizar isso, do que o medo que se impôs sobre o novo, é preciso coragem. Foi assim que todas as grandes revoluções aconteceram, acreditando que era possível, tendo coragem e indo contra corrente. Quando uma mulher segura a mão da outra uma corrente invisível e inquebrável nasce, são essas forças invisíveis que se instalam que nenhum inimigo é capaz quebrar.
Esse texto é baseado nas histórias que chegaram até a autora e que não por coincidência se cruzaram refletindo as insatisfações e lutas diárias que cada uma enfrenta por serem mulheres e não terem sua voz ouvida.
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